Wednesday, 2 July 2025

ABENÇOADA SEJA A MARSELHESA COMO ALIMENTO À MESA | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE -  RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
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numa cozinha de um restaurante de nome menos importante havia uma mãe cozinheira com dotes de feiticeira de  vidente e de curandeira. as suas mãos abençoadas e o seu corpo roliço de mulher parideira faziam dela  mulher guerreira. mulher guerreira que tinha dado  à luz sozinha quando era  malfadado   ser-se chamada  mãe solteira.  mãe cozinheira que usava a colher de pau  para abençoar a vida e a comida que lhe vinha à mão. mãe cozinheira que abençoava a diversidade da alface. abençoava  a diversidade da fruta. abençoava  a galinha. abençoava  a carne de vaca e tudo o que vinha da terra. terra que alimenta vida tem de ser agradecida e enobrecida - ela avisava. com espanto observava como nos supermercados tudo luzia igual.  a natureza não paria assim - ela estranhava. logo compreendeu onde a humanidade se tinha perdido: na ilusão de pensar que  tinha por alimento a uniformidade.   mãe cozinheira que no calor do forno cozinhava a poção que devolvia o sabor da verdadeira liberdade a quem o paladar da liberdade humana tinha perdido. numa quinta  criava o que precisava.  quinta que era governada pela mãe-natureza pelo que ela confiava na sua pureza. quando se brinca com o que se come cresce aflição - ela pressagiava. cada prato era escolhido por ela. ela só precisava de olhar para quem o prato alimentava para de imediato saber o sabor da liberdade  que na vida lhe faltava. qualidade de mãe que abençoava a diversidade do sabor da cultura humanidade. a condição  que impunha era a de se comer com fé na marselhesa. marselhesa que ela entoava para  chamar as crianças  à mesa:  allons enfants de la patrie; le jour de gloire est arrivé; contre nous de la tyrannie; l'étendard sanglant est levé (...) Liberté, liberté chérie; liberté, liberté chérie, combats avec tes défenseurs; combats avec tes défenseurs; sous nos drapeaux que la victoire; accure les mâles accents; que tes ennemies expirants voient ton triomphe e notre gloire  (...) .  na sua cozinha todas as formas de tirania eram  afastadas com a panela que havia à mão ao som da marselhesa como canção. o sabor da  comida não tinha comparação com nada que havia. sabor que  enchia os sentidos da alma  com a essência   da diversidade da verdadeira  liberdade do pensar-humanidade. abençoada seja a marselhesa como alimento  à mesa! - ela gritava.

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS4 + #ODS5 + #ODS6 + #ODS7 + #ODS8 + ODS9 + ODS10 + ODS11 + ODS12 + ODS13 + ODS14 + ODS15 + ODS16 + ODS17  OBRIGADA, À MARSELHESA POR ALIMENTAR A LIBERDADE DO SER, CONTRA A TIRANIA DA UNIFORMIDADE DE PENSAMENTO.

ODS = Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (17Steps4Sustainability).

Tuesday, 1 July 2025

REPENSAR GUERNICA | SÉRIE RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
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santiago. santiago tinha dez anos.  contrariado o santiago observava uma pintura. o santiago estava de castigo dentro de um museu sentado à frente de uma pintura que classificava de muito-feia durante o tempo que a mãe considerasse ser-o-tempo-necessário.  a pintura assustava-o. porém!  ainda o assustava mais o facto de  não poder sair dali  e de estar obrigado a compreender o  significado daquilo que observava.   porque é que não tenho uma mãe normal? - perguntava o santiago dentro da sua cabeça. os castigos das mães dos seus amigos não eram nada assim. o santiago  preferia mil vezes ficar proibido de ver televisão ou de jogar do que ficar ali sentado a olhar para aqueles  desenhos esquisitos que lhe metiam medo.  o santiago  não conseguia contrariar a vontade de bater no   irmão mais novo que o conseguia   irritar de todas as formas:  quando  lhe comia as bolachas todas. quando brincava com os seus brinquedos (sem lhe pedir autorização!).  e quando gozava com a cor laranja do seu cabelo. como é que a mãe não percebe que a culpa não é minha?! - concluía  o santiago injustiçado na certeza de que apesar do-bater não ser a melhor solução era a única forma que  conhecia de mostrar ao irmão quem era o-mais-forte. estava o santiago a debater-se com estes seus pensamentos quando lhe pareceu ver os desenhos a aumentarem de proporção ao ponto de quase lhe tocarem. aquele-homem caído no chão parecia estar-lhe a pedir ajuda.  a mãe com um bebé ao colo parecia dizer-lhe: basta de violência! aquele outro-homem ajoelhado parecia  estar a perguntar-lhe qualquer coisa que ele não entendia. depois o santiago sentiu-se incomodado pelos  olhos daquele-touro  porque lhe lembravam os-seus-olhos  quando perdia a noção de si e batia no  irmão.  eu tenho aquele  touro dentro de mim! - gritou o santiago assustado ao mesmo tempo que olhava para todos os lados para se  assegurar de  que o touro não o reconhecia. a sua expressão de terror tinha sido tomada pela constatação de que ele próprio tinha aquela maldade dentro de si. o santiago levantou-se a correr para ler o que dizia a legenda da pintura: Guernica.  eu sei o que significa ser-Guernica e não gosto! - pensou o santiago em voz alta voltando a sentar-se e a olhar para a pintura mas agora utilizava um olho de cada vez não fosse enfurecer o touro. foi assim que reparou no cavalo ferido e na pomba branca que saía da boca do cavalo. o santiago tinha uma paixão assumida por cavalos. nas batalhas que inventava  o cavalo   era sempre o seu melhor amigo. o que significaria a pomba branca a sair da boca do cavalo com uma lâmpada a iluminar-lhe a cabeça? - questionou o santiago. o santiago já com os dois olhos abertos sentiu a proteção do cavalo e compreendeu que a-nuvem que girava por cima da cabeça do cavalo representava os-pensamentos-bons. o touro recusava olhar para o cavalo porque preferia a teimosia-da-violência à colaboração-da-paz. a melhor atitude estava na inteligência do cavalo - conluiu o santiago de si para si. eu sabia!!! - gritou o santiago certo de que se dentro de si escolhesse sempre os pensamentos-bons o cavalo venceria sempre a maldade do touro . a mãe do santiago chegou. sentou-se ao lado do santiago. e perguntou ao santiago  quem ele era naquela pintura. o cavalo!  - respondeu  o santiago com toda a segurança. o santiago segurou a mão da mãe e prometeu para o resto da sua vida  nunca mais bater no irmão nem em mais ninguém. a mãe do santiago colocou um último olhar sobre Guernica e com um sorriso aberto no coração disse baixinho: obrigada, Picasso!

#ODS1+ #ODS2 + #ODS3 + #ODS4 + #ODS5 + #ODS6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 + #ODS13 + #ODS14 + #ODS15 + #ODS16 + #ODS17 OBRIGADA,A TODAS AS MÃES  QUE EDUCAM PARA TRANSFORMAR O MUNDO EM MELHOR MUNDO. 


Monday, 30 June 2025

A MALDIÇÃO DA TELEVISÃO QUE CONDENOU PORTUGAL A UM SONO MORBOSO | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
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alberto da ponte d’andrade era casado. médico de profissão. tinha dois filhos. o alberto tinha saído um pouco mais cedo do hospital para comprar um pequeno televisor para a mulher que fazia anos. o alberto queria fazer a surpresa do presente à amélia. surpresa que à semelhança das surpresas anteriores trazia sempre água no bico. o alberto tinha por hábito transformar em seus os presentes que comprava para a  mulher. assim  tinha acontecido quando lhe ofereceu uma viagem ao mónaco para poder  ir  ao jogo do benfica. ou quando lhe tinha  oferecido um telemóvel de última geração sabendo  que ela não o iria saber usar. ou quando lhe  ofereceu um carro descapotável que passou  a ser ele a conduzir  porque dizia  não conseguir suportar o ciúme. a amélia ficou surpreendida com o pequeno televisor porque não era bem o presente que tinha desejado.  o alberto argumentou  ter comprado o televisor especialmente para a ela  porque não  gostava de a ver sozinha na cozinha. em verdade a amélia  passava  muito tempo sozinha na cozinha  com os seus pensamentos. pensamentos que a televisão servia para afastar.   o alberto dizia que a amélia não podia pensar tanto. a amélia  ficava sempre emocionada pela razão do alberto.  a amélia tinha cozinhado carne assada regada com vinho do porto acompanhada com batata assada. batata assada salpicada com flor de sal e rosmaninho. o cheiro antecipava o sabor da memória que iria ficar.  a amélia serviu o jantar de  aniversário na cozinha para estrear o presente  com o olhar da família  sobre a televisão. o noticiário da noite abria com a história de mais um bebé recém-nascido abandonado na rua. bebés recém-nascidos abandonados no lixo que  a televisão mostrava aparecerem  como cogumelos. cogumelos que não cresciam porque a televisão dizia que não haviam árvores.  árvores que desapareciam  aos montes entre o nevoeiro que esperava por dom sebastião. nevoeiro que escondia o inferno  que comia tudo em portugal. inferno que pedia água. água que a televisão dizia  não haver por causa da seca. seca que provocava sede. sede que aumentava as desgraças. desgraças que vinham sempre em ondas grandes pelo ecrã da televisão. a amélia pousou os talheres.  apesar da amélia ser enfermeira (e de  ter visto muita coisa feia ao longo da vida!) ficou surpresa com a indiferença do marido e dos filhos  que continuavam a empurrar a comida com o olhar preso à televisão. a amélia por segundos  ponderou qual seria a imagem mais pérfida: a que assistia na televisão ou a que assistia à mesa? desconforto que a amélia sentiu estar  a dar demasiada importância.  desconforto  que pedia intervalo de digestão publicitária. distração da publicidade  que abriu a  hora do bolo de aniversário.  hora de aniversário passada em programas da televisão. programas da televisão que  provocavam perda de paladar. perda de olfato e perda de orientação. sintomas tapados com  bolo de aniversário. bolo de aniversário que enchia a barriga. barriga cheia que provoca sono a portugal. 

#ODS1+#ODS2+#ODS3+#ODS4+#ODS5+#ODS6+#ODS7#ODS8 #ODS9 #ODS10 #ODS11  #ODS12 + #ODS13 + #ODS14 + #ODS15 + #ODS16 + #ODS17  PEDIMOS DESCULPA, ÀS NOVAS GERAÇÕES,  PELA MALDIÇÃO DA TELEVISÃO PORTUGUESA CONDENAR QUEM A COME A UM SONO MORBOSO. 

ODS = Objetivo de Desenvolvimento Sustentável = SDG = Sustainable Development Goals (17Steps4Sustainability).1.Inequality in the world: local management of common pool resources  (sdg1, sdg2,  sdg14 and sdg15); 2.Industrial and Technological development driven towards the common good: well-being is as important as  health-being (sdg3); 3. Learning Good4CitizenshipDevelopment  towards peace, innovation and entrepreneurship: imagination as a competitive human advantage factor for inclusion and diversity incorporation  (sdg4); 4. Equal opportunities: no prejudices nor bias  (sdg5); 5. Global Water Management 4Peace, 4Innovation and 4Entrepreneurship (sdg6 and sdg14); 6. Energy transformation towards the common good: well-being and  democratizing access (sdg1,  sdg3, sdg7, sdg10, sdg11, sdg13, sdg14, sdg15 and sdg16); 7. Industry 4.0: industrial and technological transformation4PIE (sdg 8, sdg9, sdg10 and sdg17); 8. Globalization processes  driven 4PIE (sdg1, sdg9, sdg12, sdg16 and sdg17) ; 9. AI Governance  under the axiomatic Law of Pi4PIE (sdg1, sdg8, sdg16 and sdg17)


O HOMEM DE FAMÍLIA COPY-PASTE FELIZ DA TELL-VISÃO-MUNDO | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
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o manel sentia a copiosa necessidade de falar sobre o que pensava mas era detido pelo hábito que há muito se fazia instinto-copy-paste-subscribe da tell-visão-mundo. se o manel formulasse uma ideia diferente das ideias  em backup-copy-paste  da tell-visão-mundo era considerado esquisito e ser-esquisito num mundo-copy-paste-tell-visão-mundo era não-ser. o manel aprendeu que o melhor era não contrariar tell-visão-mundo e aceitar ser-copy-paste. ser-copy-paste dava ao manel um fiel sentido segurança-mundo porque evitava falhar o fact-check da tell-visão-mundo. para o manel  pior do que não passar no fact-check da tell-visão-mundo era sentir a humilhação de  ser nomeado bin-mundo. o manel casou num dia-copy-paste da tell-visão-mundo. dia que partilhou com os amigos em modo copy-paste e que gravou em backup-memória. num outro momento da vida decidiu ter filhos. momento que também partilhou em modo copy-paste com os amigos e que também gravou em backup-memória. o manel mudou para uma casa-copy-paste maior quando a casa antiga deixou de ter espaço para novas memórias-backup-família-feliz à moda  tell-visão-mundo. quando  o manel exercia o seu direito de liberdade de pensamento fazia-o de acordo com a continuidade do backup-copy-paste-subscribe da tell-visão-mundo. o manel quando se vestia escolhia sempre as cores copy-paste da tell-visão-mundo e quando trocava as cores  a mulher  obrigava-o a fazer  pandã  com a tell-visão-mundo. o manel todas os dias  via a programação da tell-visão-mundo  em modo subscribe-copy-paste-save  para poder ensinar os filhos a passar no fact-check da tell-visão-mundo. o manel era um homem de família copy-paste feliz da tell-visão-mundo.

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17    PEDIMOS DESCULPA, ÀS NOVAS GERAÇÕES,  PELAS DIFERENÇAS-MUNDO  ESTAREM A SER-ANIQUILADAS PELA GLOBALIZAÇÃO DA UNIFORMIDADE, EM MOTTO COPY-PASTE TELL-VISÃO-MUNDO; AO INVÉS DE INTEGRADAS NA DIVERSIDADE DO SER-CULTURA-HUMANIDADE. 


ODS = Objetivo de Desenvolvimento Sustentável = SDG = Sustainable Development Goals. 

Sunday, 29 June 2025

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE QUEM CONSOME GOVERNANÇA-MUNDO | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

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a raiz do problema da insustentabilidade da governança mundo  não está no-vício-da-coisa mas  na leveza de quem a  consome . a insustentabilidade  tornou-se tristemente o estado natural da leveza do ser-mundoa-insustentabilidade deixou de ser uma epifania-do-desalento para ser considerada uma característica massificada  da moralidade-mundo. poder-se-ia  até  afirmar que com toda a informação, com toda a  tecnologia e com todos os avanços científicos não haveria razão   para haver insustentabilidade. mas! em verdade também se pode afirmar que foram  as tecnologias e os avanços da ciência que promoveram a globalização da leveza insustentável do ser-mundo. a questão não está na grand-oeuvre que se realizou. mas na forma ready-made-duchampiana como a política, os media a ciência e a tecnologia apresentaram o resultado:  já mastigado e fácil de consumir. a atual divina comédia que distrai a cultura humana é corrompida pela dantesca  leveza da governança mundo que a prostrou. por comédia só se conhece a insustentável leveza do ser  alimentado por  interesses vários. o purgatório de Dante é hoje o movimento padronizado que conduz a vontade-mundo-vulgaristrabalhar e morrer para consumir e assim adormecer de barriga-cheia. hoje grita-se de barriga-cheia  não porque se produziu melhor humanidade mas porque se consumiu demasiada insustentabilidade. a gula conduziu  o progresso do mundo a uma obesidade mental que  impede a humanidade de pensar-por-si. a luxúria conduziu o progresso do mundo a um êxtase que se sente sempre que se consome o objeto-coisa  pelo simples prazer de ter-por-ter. ou pelo poder de ter-o-que-o-outro não tem. ou ainda pelo medo de se vir a precisar de ter-o-que-não-se-tem. nas extremidades-mundo surgiram o mundo-vulgaris-avarento  e o  mundo-vulgaris-pródigo. o primeiro agarra-se à propriedade da-coisa como se de um direito-divino seu se tratasse. o segundo desperdiça-a apelando ao mesmo direito de posse divina. a ira e a inveja manifestam-se no mundo sempre que a-insustentável leveza da governação  é contrariada... "assim na terra sem dormir se sonha, crendo proferir verdade: neste caso há mais culpa e mais vergonha" [1].

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17 PEDIMOS DESCULPA, ÀS NOVAS GERAÇÕES, PELA INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE QUEM CONSOME   GOVERNAÇA-MUNDO.

[1] in A Divina Comédia Dante.



Saturday, 28 June 2025

PATRIMÓNIO DE SABEDORIA DO PONTO DE ARRAIOLOS | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

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time-reading-barometer | 1 minutes 44 seconds | 348  words
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adelaide. tapeteira de arraiolos. adelaide que conheceu o ponto de arraiolos quando ainda era menina. menina de olhos cor azul-alentejo. cor azul alentejo que borda as bainhas das casas  do alentejo. olhos azuis-cor-alentejo  que  se esforçavam por acertar com a linha na agulha. ai chega, chega, chega, chega, chega ó minha agulha, afasta, afasta, afasta, afasta o meu dedal. canção de lisboa que a adelaide cantava para chamar a agulha. afastada era a cidade de lisboa  donde vinham os netos e as netas da aldeia a quem a adelaide  ensinava o ponto de arraiolos durante as férias do verão. quadro de sala de aula feito de tela de juta lisa deitada no chão. chão frio abençoado no verão. adelaide  avó e professora. alunos atentos ao desenho e à caligrafia do ponto de arraiolos. desenho que ganhava  vida com cada ponto. ponto que unia a forma. forma que nascia da colaboração. a humanidade tem de aprender a bordar para saber unir a forma da diferença e recusar a uniformidade - repetia  a adelaide sempre  atenta ao trabalho de cada um dos seus alunos. alunos que ao bordar a linguagem do ponto de arraiolos eram capazes de imaginar formas de cores diferentes a colaborar no mundo.  ponto de arraiolos que  elevava a tapeçaria da linguagem-diferença-mundo a património da diversidade da cultura humana. tela completa. o mundo pertence a quem o sabe unir - palavras de avó   bordadas no coração de quem ouvia. alunos atentos admiravam a obra conseguida. obra  em tapeçaria de ponto de arraiolos que a avó adelaide mostrava sempre que alguém lhe dizia não conseguir colocar fé nas novas gerações. que se estime o património da sabedoria do ponto de arraiolos. que se estime o património de fé nas novas gerações.

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS4 + #ODS5 + #ODS6 + #ODS7 + #ODS8 + ODS9 + ODS10 + ODS11 + ODS12 + ODS13 + ODS14 + ODS15 + ODS16 + ODS17 OBRIGADA, A TODAS AS AVÓS DE SABEDORIA QUE COLOCAM FÉ NAS NOVAS GERAÇÕES.   



VIVA A ALEGRIA DA FÉ NAS CEREJAS DO FUNDÃO | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

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time-reading-barometer | 1 minutes 42 seconds | 340  words | updated 9june22
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amélia. amélia que ao apalpar a mama encontrou um pequeno caroço. caroço que à amélia fazia lembrar  das cerejas do fundão. cerejas do fundão que a amélia comia para depois cuspir o caroço para o chão. chão de terra fértil  que fazia crescer cerejeiras em flor antes do verão. caroço da  amélia que cresceu na terra errada.  cultura  da cerejeira que também era atacada por pragas  que enfraqueciam a colheita. colheita do sangue da amélia que confirmava que o-caroço não era da qualidade do caroço das cerejas do fundão. caroço que  tinha levado  a irmã da amélia. caroço que  tinha levado a mãe da amélia. caroço que  tinha levado a  avó da amélia.  a-seguir  seria a amélia. certeza  que a amélia recusava porque tinha fé na flor das cerejeiras do fundão.  amélia atacada pela praga que de amiúde colhia vida  às mulheres. amélia que se observava ao espelho com uma tábua rasa  ao peito. amélia que não se conseguia imaginar tábua rasa. amélia que também não conseguia imaginar portugal  sem  as cerejas do fundão.  cerejas que também não imaginavam portugal sem a alegria da amélia. amélia que cantava canção para abençoar as cerejas do fundão   antes de cada verão. verão que tardava num inverno duro de  roer. cerejeiras que choravam quando eram podadas. amélia que também chorava quando se via ao espelho. geadas de dor que queimaram esperanças em flor. primavera de cor que  trouxe boa nova em florada. amélia que  voltou  a sentir o sabor das cerejas do fundão que tanta alegria lhe entregavam ao coração.  caroço das cerejas do fundão que  a amélia cuspia com força para o chão  para  que crescesse na terra certa. 

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17  OBRIGADA,  ÀS TERRAS DA BEIRA BAIXA  PELO SABOR DA  FÉ   QUE  ENTREGAM  A PORTUGAL, EM FLOR ALEGRIA-CEREJAS-DO-FUNDÃO .