SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
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numa cozinha de um restaurante de nome menos importante havia uma mãe cozinheira com dotes de feiticeira de vidente e de curandeira. as suas mãos abençoadas e o seu corpo roliço de mulher parideira faziam dela mulher guerreira. mulher guerreira que tinha dado à luz sozinha quando era malfadado ser-se chamada mãe solteira. mãe cozinheira que usava a colher de pau para abençoar a vida e a comida que lhe vinha à mão. mãe cozinheira que abençoava a diversidade da alface. abençoava a diversidade da fruta. abençoava a galinha. abençoava a carne de vaca e tudo o que vinha da terra. terra que alimenta vida tem de ser agradecida e enobrecida - ela avisava. com espanto observava como nos supermercados tudo luzia igual. a natureza não paria assim - ela estranhava. logo compreendeu onde a humanidade se tinha perdido: na ilusão de pensar que tinha por alimento a uniformidade. mãe cozinheira que no calor do forno cozinhava a poção que devolvia o sabor da verdadeira liberdade a quem o paladar da liberdade humana tinha perdido. numa quinta criava o que precisava. quinta que era governada pela mãe-natureza pelo que ela confiava na sua pureza. quando se brinca com o que se come cresce aflição - ela pressagiava. cada prato era escolhido por ela. ela só precisava de olhar para quem o prato alimentava para de imediato saber o sabor da liberdade que na vida lhe faltava. qualidade de mãe que abençoava a diversidade do sabor da cultura humanidade. a condição que impunha era a de se comer com fé na marselhesa. marselhesa que ela entoava para chamar as crianças à mesa: allons enfants de la patrie; le jour de gloire est arrivé; contre nous de la tyrannie; l'étendard sanglant est levé (...) Liberté, liberté chérie; liberté, liberté chérie, combats avec tes défenseurs; combats avec tes défenseurs; sous nos drapeaux que la victoire; accure les mâles accents; que tes ennemies expirants voient ton triomphe e notre gloire (...) . na sua cozinha todas as formas de tirania eram afastadas com a panela que havia à mão ao som da marselhesa como canção. o sabor da comida não tinha comparação com nada que havia. sabor que enchia os sentidos da alma com a essência da diversidade da verdadeira liberdade do pensar-humanidade. abençoada seja a marselhesa como alimento à mesa! - ela gritava.
#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS4 + #ODS5 + #ODS6 + #ODS7 + #ODS8 + ODS9 + ODS10 + ODS11 + ODS12 + ODS13 + ODS14 + ODS15 + ODS16 + ODS17 OBRIGADA, À MARSELHESA POR ALIMENTAR A LIBERDADE DO SER, CONTRA A TIRANIA DA UNIFORMIDADE DE PENSAMENTO.
ODS = Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (17Steps4Sustainability).