Monday, 10 November 2025

REPENSAR GUERNICA | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS


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santiago tinha dez anos.  contrariado, o santiago observava uma pintura. estava de castigo dentro de um museu sentado à frente de uma pintura que classificava de muito-feia, durante o tempo que a mãe considerasse ser-o-tempo-necessário.  a pintura assustava-o. porém,  ainda o assustava mais o facto de  não poder sair dali  e de estar obrigado a compreender o  significado daquilo que observava.   porque é que não tenho uma mãe normal?perguntava o santiago dentro da sua cabeça. os castigos das mães dos seus amigos não eram nada assim. o santiago  preferia mil vezes ficar proibido de ver televisão ou de jogar, do que ficar ali sentado a olhar para aqueles  desenhos esquisitos que lhe metiam medo.  o santiago  não conseguia contrariar a vontade de bater no   irmão mais novo que o conseguia   irritar de todas as formas:  quando  lhe comia as bolachas todas. quando brincava com os seus brinquedos (sem lhe pedir autorização!).  e quando gozava com a cor laranja do seu cabelo. como é que a mãe não percebe que a culpa não é minha?! - concluía  o santiago injustiçado na certeza de que, apesar do-bater não ser a melhor solução, era a única forma que  conhecia de mostrar ao irmão quem era o-mais-forte. estava o santiago a debater-se com estes seus pensamentos quando lhe pareceu ver os desenhos a aumentarem de proporção, ao ponto de quase lhe tocarem. aquele homem caído no chão parecia estar-lhe a pedir ajuda.  a mãe com um bebé ao colo parecia dizer-lhe: basta de violência! aquele outro homem ajoelhado parecia  estar a perguntar-lhe qualquer coisa que ele não entendia. depois, o santiago sentiu-se incomodado pelos  olhos do touro,  porque lhe lembravam os-seus-olhos  quando perdia a noção de si e batia no  irmão.  eu tenho aquele  touro dentro de mim! gritou o santiago assustado ao mesmo tempo que olhava para todos os lados para se  assegurar de  que o touro não o reconhecia. a sua expressão de terror tinha sido tomada pela constatação de que ele próprio tinha aquela maldade dentro de si. o santiago levantou-se a correr para ler o que dizia a legenda da pintura: Guernica.  eu sei o que significa ser-Guernica e não gosto! - pensou o santiago em voz alta voltando a sentar-se e a olhar para a pintura, mas agora utilizava um olho de cada vez, não fosse enfurecer o touro. foi assim que reparou no cavalo ferido e na pomba branca que saía da boca do cavalo. o santiago tinha uma paixão assumida por cavalos. nas batalhas que inventava,  o cavalo   era sempre o seu melhor amigo. o que significará a pomba branca a sair da boca do cavalo, com uma lâmpada a iluminar-lhe a cabeça? - questionou o santiago. o santiago já com os dois olhos abertos, sentiu a proteção do cavalo e compreendeu que a-nuvem que girava por cima da cabeça do cavalo representava os-pensamentos-bons. o touro recusava olhar para o cavalo porque preferia a teimosia da violência à colaboração da paz. a melhor atitude estava na inteligência do cavalo - conluiu o santiago, de si para si. eu sabia!!! - gritou o santiago, certo de que se dentro de si escolhesse sempre os pensamentos-bons, o cavalo venceria sempre a maldade do touro . a mãe do santiago chegou. sentou-se ao lado do santiago. e perguntou ao santiago  quem ele era naquela pintura. o cavalo!  - respondeu  o santiago com toda a segurança. o santiago segurou a mão da mãe e prometeu para o resto da sua vida  nunca mais bater no irmão nem em mais ninguém. a mãe do santiago colocou um último olhar sobre Guernica e com um sorriso aberto no coração disse baixinho: obrigada, Picasso!

#ODS1+ #ODS2 + #ODS3 + #ODS4 + #ODS5 + #ODS6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 + #ODS13 + #ODS14 + #ODS15 + #ODS16 + #ODS17 OBRIGADA A TODAS AS MÃES  QUE, AO  EDUCAREM,  TRANSFORMAM O MUNDO NUM LUGAR MELHOR.