SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
time-reading-barometer | 1 minute 41 seconds | 339 words
Gustavo Vassalo era mestre-calceteiro. arte que tinha herdado do pai-Português. da mãe-Austríaca tinha herdado a arte da melodia. melodia que aplicava à pedra. a maior dor que o Gustavo Vassalo carregava era a dor do alcatrão. dor negra que se tinha colado ao coração. o Gustavo Vassalo pertencia ao tempo em que a terra era calcetada com pedras de calcário e basalto. pedras que ele próprio desbastava com um martelo em pancadas fortes e certas. pancadas compassadas em intervalos que ele media dentro da cabeça ao ritmo da melodia ensinada pelo passo certo da vida. passo certo da vida que passou a ser incerto num mundo asfixiado pelo alcatrão. alcatrão que não tinha sido feito para pés descalços porque queimava os pés no verão e gelava os pés no inverno. os tempos tinham mudado. o Gustavo Vassalo sentia-se estranho num mundo onde as crianças pensavam que a-terra tinha nascido preta e dura, por isso fazia bonecos de pedra para oferecer aos netos e ensinava-os a construir cidades em que a terra respirava por debaixo da pedra. mas os garotos preferiam os bonecos de borracha. até as crianças deixaram de acreditar na pedra e a culpa era da maldição do alcatrão!, gritava Gustavo Vassalo com irritação. apesar do que via pesar no coração, o Gustavo Vassalo continuava a acreditar na pedra, sobretudo acreditava na melodia que fazia calçada portuguesa com as mãos.
#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17 OBRIGADA, A TODO O MESTRE CALCETEIRO PELO PATRIMÓNIO DE SUSTENTABILIDADE CRIADO EM PEDRA CALÇADA PORTUGUESA.