Wednesday, 18 June 2025

A REVOLTA DAS LATAS DE SOPA CAMPBELL'S DA EDUCAÇÃO AO SOM DA CANÇÃO DE VARIAÇÕES | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
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será que a minha vida é uma lata de sopa da campbell’s? – perguntava  a catarina ao mesmo tempo que observava  o canvas de andy warhol.  a catarina tinha 16 anos e fazia muitas-coisas em modo repete-repete hábito. hábito  que se repetia durante semanas. meses. e anos.  sentimento repete-repete que a catarina também observava  pela  televisão-mundo. pelo jornal-mundo. pela rádio-mundo. pela escola-mundo. um estado da arte que  causava à catarina uma espécie de sustentabilidade-do-nada que a catarina não conseguia explicar mas que era empurrada a repetiro mesmo sentimento arrepiava a catarina sempre que pensava  sobre o sentido da sua vida. e sempre que pensava  sobre o sentido da realidade mundo que ora a movia ora a paralisava. sentido do mundo que a catarina tinha reduzido à equação matemática: repetir-algo até transformar esse-algo em banalidade-pop-art.  como é que  warhol tinha conseguido  transformar  latas de sopa (que tinha bebido durante anos) num movimento padronizado pop-art? - questionou a catarina dentro da sua cabeça. um ângulo de 360° em sala de aula de matemática permitiu à catarina observar o canvas-mundo que a rodeava:  a sociedade  tinha transformado as novas gerações  em instalação artística de latas de sopa campbell's com  rótulos de várias cores. rótulos que se repetiam  em padrões QR de frustração. rótulos alinhados em carteiras de salas de aula  dispostas como  prateleiras de hipermercado-mundo. meu deus! num futuro que se faz presente eu sou a iconização da banalidade das latas de sopa  campbell's de andy wharhol!!! - exclamou  a catarina em voz alta.  voz alta que a professora calou com  lição.  eu sou uma lata de sopa da campbell's produzida pela fábrica portuguesa da educação - gritou a catarina em revolução. revolução anulada com repreensão. repreensão que levou à expulsão da catarina da sala de aula.  sala de aula calada em  desencanto commodity que a educação  entregava. catarina que ao sair da sala de aula ouviu barulho das cadeiras. cadeiras que respiravam: ver-te sorrir eu nunca te vi. e a cantar, eu nunca te ouvi. será te ti ou pensas que tens, que ser assim. olha que a vida não, não é nem deve ser, como um castigo que tu terás que viver. muda de vida se tu não vives satisfeito. muda de vida, estás sempre a tempo de mudar. muda de vida, não deves viver contrafeito. muda de vida, se a vida em ti a latejar. variações. catarina que se juntou à revolução. professora desesperada chamou o diretor. turma nos corredores a chamar todos os alunos para a revolução da educação com a canção de variações. catarina não estava em si de alegria. alegria que deu força à catarina para iniciar a grande revolução da educação em portugal. revolução  que nenhum professor. nenhum director. nenhum pai. nem nenhum ministério da educação conseguiu mais parar.


#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17 .OBRIGADA, À NOVAS GERAÇÕES POR RECUSAREM SER LATAS DE SOPA CAMPBELL'S DA EDUCAÇÃO E LIDERAREM A REVOLUÇÃO POR MELHOR EDUCAÇÃO EM PORTUGAL!

VIVA A ALEGRIA DA FÉ NAS CEREJAS DO FUNDÃO | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
time-reading-barometer | 1 minutes 42 seconds | 340  words | updated 9june22
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amélia. amélia que ao apalpar a mama encontrou um pequeno caroço. caroço que à amélia fazia lembrar  das cerejas do fundão. cerejas do fundão que a amélia comia para depois cuspir o caroço para o chão. chão de terra fértil  que fazia crescer cerejeiras em flor antes do verão. caroço da  amélia que cresceu na terra errada.  cultura  da cerejeira que também era atacada por pragas  que enfraqueciam a colheita. colheita do sangue da amélia que confirmava que o-caroço não era da qualidade do caroço das cerejas do fundão. caroço que  tinha levado  a irmã da amélia. caroço que  tinha levado a mãe da amélia. caroço que  tinha levado a  avó da amélia.  a-seguir  seria a amélia. certeza  que a amélia recusava porque tinha fé na flor das cerejeiras do fundão.  amélia atacada pela praga que de amiúde colhia vida  às mulheres. amélia que se observava ao espelho com uma tábua rasa  ao peito. amélia que não se conseguia imaginar tábua rasa. amélia que também não conseguia imaginar portugal  sem  as cerejas do fundão.  cerejas que também não imaginavam portugal sem a alegria da amélia. amélia que cantava canção para abençoar as cerejas do fundão   antes de cada verão. verão que tardava num inverno duro de  roer. cerejeiras que choravam quando eram podadas. amélia que também chorava quando se via ao espelho. geadas de dor que queimaram esperanças em flor. primavera de cor que  trouxe boa nova em florada. amélia que  voltou  a sentir o sabor das cerejas do fundão que tanta alegria lhe entregavam ao coração.  caroço das cerejas do fundão que  a amélia cuspia com força para o chão  para  que crescesse na terra certa. 

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17  OBRIGADA,  ÀS TERRAS DA BEIRA BAIXA  PELO SABOR DA  FÉ   QUE  ENTREGAM  A PORTUGAL, EM ALEGRIA CEREJAS-DO-FUNDÃO .   



Tuesday, 17 June 2025

O HOMEM SANTO | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

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time-reading-barometer | 4 minutes 56 seconds | 640 words | published june 2017 | edited  17.6.2025

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um homem santo  decidiu descer das montanhas onde tinha ficado durante muitos anos. decidiu o homem santo visitar a aldeia que o tinha feito santo. ao chegar à aldeia o homem santo  viu  uma mulher grávida e ajoelhou-se. colocou a mão na barriga mundo da mulher grávida e em reverência ao que sentiu perguntou  o que significava para ela estar de esperanças. a mulher grávida respondeu que era sentir a inquietação do coração humanidade a romper as  águas mundo. o homem santo num gesto de sublimado respeito inclinou  a cabeça e deixou-se  abençoar pela esperança  que vivia no coração da barriga-mundo. o homem santo procurou comida numa pequena mercearia e perguntou ao dono da loja  qual era o  significado  do dinheiro . o dono da mercearia reconheceu o homem santo e ajoelhou-se aos seus pés  respondendo que o dinheiro na sua loja não contava porque a abundância vivia na qualidade de cada homem. o homem santo agradeceu  tão sábias palavras e abençoou a qualidade da abundância que este homem entregava ao mundo. pelo caminho o homem santo  encontrou um grupo de homens velhos a jogar às cartas e perguntou-lhes o que era a velhice. os homens velhos reconhecendo a santidade do homem ajoelharam-se e responderam que a velhice era saber ver as cartas-mundo. o homem santo ficou surpreendido com a força de inteligência demonstrada  e abençoou a certeza das cartas   que os homens velhos jogavam ao mundo. o homem santo continuou a caminhar e ao encontrar uma mulher com o coração partido  perguntou-lhe o que era o amor. a mulher ajoelhou-se perante a presença do homem santo e respondeu que  o amor era fazer  crescer  flor em chão coração partido. o homem santo apanhou a flor que crescia ao lado da mulher  e abençoou as lágrimas  que faziam apagar o fogo mundo. o homem santo  decidiu sentar-se a descansar quando  ao ver um homem que  carregava às costas um grande saco de pedras lhe perguntou o que era a força de um homem. o homem ao reconhecer o homem santo colocou o saco no chão em reverência e respondeu que a força do homem era a leveza da paz  com que carregava  as pedras da vontade mundo. o homem santo levantou-se e abençoou  as pedras mundo que o homem carregava às costas. o homem santo decidiu encontrar abrigo para a noite fria que se aproximava e ao ver uma porta aberta entrou. a família que habitava a casa estava a preparar o jantar mas ao reconhecer a santidade do homem santo todos se ajoelharam em sinal de sentido respeito. o homem santo perguntou qual era o significado de família ao que eles responderam que a família era o calor do forno que alimenta o brilho do coração mundo. o homem santo agradeceu a refeição quente e abençoou o brilho que esta família  entregava ao céu escuro da noite mundo. ainda o dia vestia escuridão quando decidiu o homem santo  regressar às montanhas.  o homem santo pelo caminho encontrou uma mulher doente que estava a ser transportada para o hospital. o homem santo pediu que parassem.  o homem santo  segurou a mão da mulher doente e perguntou-lhe o que era a doença. a mulher doente sentiu a presença do homem santo  e respondeu que a doença era a memória de dor que vinha para ser esclarecida. o homem santo beijou as mãos da mulher doente abençoando o sentido de cura que  ela entregava às feridas mundo. ao chegar  às montanhas o homem santo respirou o ar puro que já o conhecia. sentou-se. fechou os olhos. e rezou.  o homem santo sentiu-se inundado por uma grande felicidade porque  os homens da  sua aldeia respiravam o mesmo ar que ele purificava. abraçavam o mesmo vento que ele ensinava e viviam ao mesmo ritmo da luz que o seu coração marcava.

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Monday, 16 June 2025

MEMÓRIAS DE VIDA-HUMANIDADE EM RUA-MUNDO | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

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time-reading-barometer | 1 minute 27 seconds | 292 words | republished
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esta rua-mundo conhece a humanidade desde os seus tempos  menina-humanidade. esta rua-mundo  viu a menina-humanidade crescer mulher-humanidade. esta rua-mundo viu a humanidade transformar-se em mãe-humanidade.  pelo rosto da humanidade  o tempo escreveu arte em riscos. por esta rua-mundo o tempo escreveu arte em passos. hoje a-humanidade observa a rua-mundo que a transformou em memória perfeição-humanidade.  a humanidade evoca as lembranças dos passos que  a fizeram ser-quem-é: lembras-te do meu primeiro beijo? foi ali,  junto ao teu cotovelo.  lembras-te do meu  primeiro desamor? foi ali, perto daquele portão que  arranhava sempre o teu nariz. lembraste dos meus primeiros sapatos de salto alto cujo salto parti ao caminhar sobre ti?  lembras-te de como te  cobri   com as minhas lágrimas e descalça voltei a abraçar o teu dorso?  perdoei sempre os teus defeitos porque sempre me ensinaram a ser-melhor. lembraste do dia em que fui pedida em casamento? foi ali, debaixo da luz teus olhos. lembraste do dia em que a minha filha aprendeu a andar? ela deu os seus primeiros passos sobre as tuas costas e na incerteza encontrou sempre o amparo do teu corpo. acompanhaste-me na dor. acompanhaste-me na felicidade. acompanhaste-me no desapontamento. acompanhaste-me  na alegria. sei quantos passos preciso para te percorrer. reconheço o som dos passos de quem gostas. reconheço o som dos passos de quem não gostas. na contemplação do que construímos chamo-te companheira e amiga. o teu silêncio sela a  nossa eterna amizade.

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17 OBRIGADA, A TODAS AS RUAS-MUNDO QUE CRIAM MEMÓRIAS DE VIDA-HUMANIDADE.

BRANCA DE NEVE E A GUERRA MADRASTA MALVADA | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

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thamíres tem uma filha pequena. filha pequena de cabelo negro cor branca-de-neve. branca-de-neve  que  thamíres tenta proteger da guerra. guerra madrasta malvada que não gosta das crianças. cabelo negro cor branca-de-neve que fica cinzento  quando vai à rua. rua coberta de pó e de muco. muco peçonhento  que se cola aos pés. pés cansados de fugir. guerra madrasta malvada  que consulta o espelho-mundo para perguntar se existe maior perfeição-mundo do que a sua destruição. espelho-mundo  que responde: a maior perfeição-mundo são as crianças. guerra madrasta malvada que em vingança faz explodir as entranhas de um vulcão. vulcão-máquina ativado por homens feitos de barro que se escudam em armas de destruição. armas de destruição que fazem evaporar mulheres e crianças  embalando-as em latas de sardinha bom petisco vendidas em lojas de conveniência modelo-continente. armas usadas como brinquedos para  crianças. crianças que se assustam com os barulhos das respostas. respostas lançadas por narizes importantes que falam sempre  mais alto. respostas que nunca ficam sem-resposta. guerra madrasta malvada que  engorda com a destruição que provoca.   destruição que thamíres amortece com panos enrolados à volta da cabeça da filha. panos que pesam. branca-de-neve disfarçada com panos à volta da cabeça para não ser apanhada pela guerra madrasta malvada. guerra madrasta  malvada  que gosta de escrever as histórias dos livros de escola das crianças. histórias  que  thamíres  lê à filha para a distrair da fome. fome que faz  branca-de-neve cair num sono longo. feitiço do sono que thamíres quebra com um beijo de mãe. guerra madrasta malvada que volta a perguntar ao espelho-mundo se existe maior perfeição-mundo do que  a sua destruiçãoespelho-mundo que responde: a maior perfeição mundo, é o amor de mãe!

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17  OBRIGADA,  A TODAS AS MÃES QUE CONSEGUEM COM UM BEIJO ALIMENTAR A FOME DAS CRIANÇAS-MUNDO.  



Friday, 13 June 2025

O PORTUGAL DAS COISAS MÁS | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

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era um dia número-primo. era o dia do sebastião ir de carro para a escola com o pai. nos outros dias o Sebastião ia a pé sozinho. à porta da escola  o sebastião mediu a coragem e decidiu dar a conhecer ao pai a sua avaliação final: REPROVADO. era a quinta vez que o Sebastião era retido no quinto ano. o pai do sebastião sem levantar os olhos desferiu um golpe cego com o punho cerrado na face do filho. a força do murro lançou a cabeça do Sebastião contra a quina da porta provocando-lhe um corte. corte que deitava sangue. sangue que sabia  a ferro.  ferro que  lembrava ao Sebastião da fivela do cinto do pai. cinto que o pai  também usava para  bater na mãe do Sebastião.   mãe a  quem o Sebastião tinha jurado proteção.  sebastião criança que  com tenra idade teve de assumir a governança.  pai do Sebastião que arrancou  para parar o carro junto ao café onde todos os dias pediauma bica com  cheirinho, por favor. cheirinho que escondia o portugal-das-coisas-más. Sebastião que tinha a idade de dom sebastião e que não conseguia passar do quinto ano.  quinto era o império que portugal também não conseguia alcançar . Sebastião que só conhecia o portugal-das-coisas-más. portugal que não pode perder mais nenhum  Sebastião

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17 PEDIMOS DESCULPA, A TODAS AS CRIANÇAS PORTUGUESAS QUE SÓ CONHECEM O PORTUGAL-DAS-COISAS-MÁS. 



ZÉ DAS MÃOS FRIAS | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

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josé era pescador e tinha as mãos grandes e fortes. mãos que gelavam quando vinham do mar. mar gelado que  entregava ao josé o nome  zé-das-mãos-frias. mãos frias que escondiam um coração quente. coração quente que chamava pelo amor da amélia. mãos frias. coração quente. canção do josé. amélia filha de pai pescador. amélia que não gostava de homens pescadores. josé pescador que não entendia as correntes geladas atiradas pelas palavras da amélia. amélia-menina  que não esquecia  as tempestades que o pai pescador trazia para casa. pai pescador que levava para casa o pior que o mar dava. mar gelado que nunca entregou flores à mãe da amélia. amélia-menina que jurou sobre as lágrimas salgadas da mãe com o mar nunca casar. mãos frias. coração quente. canção do josé. canção que vinha da arte de pintar que o mar enganado tinha entregue aos pés do josé. veleiro naufragado que à costa da aldeia do josé veio dar. mãos grandes do josé que arrancaram da barriga  do mar uma caixa de pintar vida cor. caixa de pintar  que salvou o josé da corrosão do mar. arte da cor que aumentou o amor do josé pela amélia.  mãos frias. coração quente. canção do josé. mãos grandes que em terra pintavam ondas de sonhos por realizar. mãos grandes que ao pintar viajavam por terras nunca dantes viajadas.  viagens de cor que aumentavam o amor do josé pela amélia. mãos frias. coração quente. canção do josé.  mãos frias que não sabiam escrever. olhos de touro bravo que não sabiam ler. mãos frias. coração quente. canção do josé. mar que acordava o josé para o azul escuro da manhã. uma manhã aconteceu  o mestre da embarcação  ditar que por ordem do ministério do mar uma nova lei mandava  que todo o homem do mar tinha de aprender a ler e a escrever. olhar de touro em mar bravo.   mestre! as minhas mãos foram moldadas para ler o mar e não para ser doutor em terra seca - disse o josé. mãos grandes e frias apresentadas pelo josé como argumento. argumento que não vingou. mãos frias. coração quente. canção do josé. mãos grandes e frias toldadas ao corpo do mar  forçadas em terra a aprender  a arte delicada do escrever. em terra era a amélia senhora da arte delicada do ensinar. josé  que depressa aprendeu a escrever e a ler. amélia que um dia apanhou o josé a desenhar. desenho arrancado das mãos grandes do josé. mãos frias. coração quente. canção do josé.  desenho que   mostrava as curvas da amélia em forma de ondas em dia de mar revolto. amélia que terminou a aula sem razão. razão mulher que não conseguiu conter o calor que lhe roubava a respiração. mãos geladas. coração quente. canção do josé. josé que  no mar alto colheu rosas para entregar à  amélia. amélia transformada pelo amor salgado do josé. mãos frias. coração quente. canção do josé.

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17 OBRIGADA, A TODO O PESCADOR QUE TRANSFORMA AS TEMPESTADES DO MAR EM SAL DE SABEDORIA MELHOR HUMANIDADE.

ODS = Objetivo de Desenvolvimento Sustentável = SDG = Sustainable Development Goals (17Steps4Sustainability).