Tuesday, 19 August 2025

ZÉ DAS MÃOS FRIAS | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
time-reading-barometer | 2 minutes 45 seconds | 551 words | updated 24.4.22
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josé era pescador e tinha as mãos grandes e fortes. mãos que gelavam quando vinham do mar. mar gelado que  entregava ao josé o nome  zé-das-mãos-frias. mãos frias que escondiam um coração quente. coração quente que chamava pelo amor da amélia. mãos frias. coração quente. canção do josé. amélia filha de pai pescador. amélia que não gostava de homens pescadores. josé pescador que não entendia as correntes geladas atiradas pelas palavras da amélia. amélia-menina  que não esquecia  as tempestades que o pai pescador trazia para casa. pai pescador que levava para casa o pior que o mar dava. mar gelado que nunca entregou flores à mãe da amélia. amélia-menina que jurou sobre as lágrimas salgadas da mãe com o mar nunca casar. mãos frias. coração quente. canção do josé. canção que vinha da arte de pintar que o mar enganado tinha entregue aos pés do josé. veleiro naufragado que à costa da aldeia do josé veio dar. mãos grandes do josé que arrancaram da barriga  do mar uma caixa de pintar vida cor. caixa de pintar  que salvou o josé da corrosão do mar. arte da cor que aumentou o amor do josé pela amélia.  mãos frias. coração quente. canção do josé. mãos grandes que em terra pintavam ondas de sonhos por realizar. mãos grandes que ao pintar viajavam por terras nunca dantes viajadas.  viagens de cor que aumentavam o amor do josé pela amélia. mãos frias. coração quente. canção do josé.  mãos frias que não sabiam escrever. olhos de touro bravo que não sabiam ler. mãos frias. coração quente. canção do josé. mar que acordava o josé para o azul escuro da manhã. uma manhã aconteceu  o mestre da embarcação  ditar que por ordem do ministério do mar uma nova lei mandava  que todo o homem do mar tinha de aprender a ler e a escrever. olhar de touro em mar bravo.  mas, mestre! as minhas mãos foram moldadas  ao mar e não para ser doutor em terra seca - disse o josé. mãos grandes e frias apresentadas pelo josé como argumento. argumento que não vingou. mãos frias. coração quente. canção do josé. mãos grandes e frias toldadas ao corpo do mar  forçadas em terra a aprender  a arte delicada do escrever. em terra era a amélia senhora da arte delicada do ensinar. josé  que depressa aprendeu a escrever e a ler. amélia que um dia apanhou o josé a desenhar. desenho arrancado das mãos grandes do josé. mãos frias. coração quente. canção do josé.  desenho que   mostrava as curvas da amélia em forma de ondas em dia de mar revolto. amélia que terminou a aula sem razão. razão mulher que não conseguiu conter o calor que lhe roubava a respiração. mãos geladas. coração quente. canção do josé. josé que  no mar alto colheu rosas para entregar à  amélia. amélia transformada pelo amor salgado do josé. mãos frias. coração quente. canção do josé.

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17 OBRIGADA, A TODO O HOMEM QUE COLHE  ROSAS NO MAR PARA  SOSSEGAR TEMPESTADES-DE-MULHER.

ODS = Objetivo de Desenvolvimento Sustentável = SDG = Sustainable Development Goals (17Steps4Sustainability).

Thursday, 14 August 2025

HOMEM COM FOME | SÉRIE RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
time-reading-barometer | 1 minute 19 seconds | 264 word |republished

ontem encontrei um Homem que tinha fome. fome de-comida que o corpo pede para funcionar. ele andava à procura de comida nos restos que os-outros  largavam ao lixo.  perguntei-lhe se Ele tinha fome. não respondeu. baixou os olhos.  toquei-lhe no ombro e pedi-lhe que esperasse por mim.   corri ao café mais perto e pedi uma sopa. pedi uma sandes mista. pedi um bolo de arroz. e pedi uma garrafa de água. quando voltei entreguei-lhe o saco com a comida. Ele sentou-se e num gesto delicado pediu-me para que eu me sentasse ao  lado dEle.   pensei nas doenças. no cheiro. na sujidade. mas nada disso importou quando diante de mim estava um Homem-com-fome. sentei-me.  devagar Ele tirou do saco a sopa. tirou do saco a sandes mista. tirou do saco a água e o bolo de arroz. ofereceu-me o bolo de arroz  num ato de sublimada reverência que o fez inclinar a cabeça e baixar os olhos na minha direção. de imediato fui atravessada por um sentimento de humanidade que nunca tinha sentido. aceitei o bolo de arroz. observei que Ele só começou a comer depois de se certificar  que eu já comia. Ele comia devagar na certeza de quem já não se deixava dominar pelas palavras de fome faladas pelo corpo.  o bolo de arroz estava a  alimentar-me a alma.  foi então que no silêncio compreendi que Ele tinha-me oferecido o lado doce da  vida.  senti-me verdadeiramente abençoada pela sua generosidade. Ele comeu. levantou-se. e caminhou. nunca mais o vi. sagrado  bolo de arroz!

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17  PEDIMOS DESCULPA, A TODO O HOMEM QUE HOJE  PASSA FOME EM PORTUGAL.  

Tuesday, 12 August 2025

BOMBA DE ASMA VENTILAN. DOIS PUFFS | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
time-reading-barometer |1 minutes 19 seconds | 266 words

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era manhã escura.  bomba de asma ventilan. dois puffs. francisca acordou num sobressalto com dores na barriga. com dores no rosto. com dores que se espalhavam pelo corpo. dores que a francisca já tinha sentido. dores que a francisca   sabia donde vinham. bomba de asma ventilan. dois puffs. francisca que agarrou nas chaves do  carro e voou até à casa da irmã carminho. carminho irmã gémea da francisca. bomba de asma ventilan. dois puffs. ao chegar a casa da irmã a francisca encontrou a carminho  no chão  despida de  compaixão. ar que faltava à francisca.  bomba de asma ventilan. dois puffs. sangue no chão derramado em  filigrana coração. Nossa Senhora de Fátima acode à minha irmã! - gritou a francisca ajoelhada no chão milagre de Fátima que não conseguiu  chegar a tempo. bomba de asma ventilan. dois puffs. algemado do outro lado estava o joão. bomba de asma ventilan. dois puffs.  o que fizeste à gracinha? - perguntou  a francisca inundada por dor de incompreensão. bomba de asma ventilan. dois puffs. gracinha que escondida por  debaixo da mesa correu para os braços da tia ao ouvir chamar pelo seu nome. tia francisca que agarrou na gracinha para nunca. nunca. nunca mais a largar. bomba de asma ventilan. dois puffs. Nossa Senhora de Fátima, protege a gracinha! -  pediu a francisca.  bomba de asma ventilan. dois puffs.

#ODS1+ #ODS2 + #ODS3 + #ODS4 + #ODS5 + #ODS6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 + #ODS13 + #ODS14 + #ODS15 + #ODS16 + #ODS17     PEDIMOS DESCULPA, A TODAS AS MULHERES E CRIANÇAS PORTUGUESAS VÍTIMAS  DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA.


Monday, 11 August 2025

A IMPORTÂNCIA DO GUARDADOR DE REBANHOS PARA A EPIGÉNESE DO COMPORTAMENTO HUMANO | RETHINKING EDUCATION | BIGBANG THEORY TO BE



Projeto: "Programar4PIE o Cérebro Mundo "

Objetivos: Dotar o aluno de estratégias de gestão, com impacto  na formação do seu sentido de cidadania individual e social, fazendo-o percorrer a geologia da neuroanatomia evolutiva do comportamento humano na perspetiva do modelo dos Três Cérebros de Paul MacLean (1970), como recurso pedagógico de aprendizagem didática sobre a geografia da localização, da distribuição e da inter-relação dos fenómenos do comportamento humano, conduzindo assim o aluno a  identificar três regiões do cérebro determinantes para o conhecimento de-si e do-outro, a referir:

i)  Cérebro Reptiliano ou  Cérebro Primitivo (estou seguro?);
ii) Cérebro Emocional ou Cérebro Límbico (sou amado?);
iii)Cérebro Racional ou Cérebro Neocortex (o que aprendi? ).

“Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e ervas...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda (...)” [1]

Neste sentido, o aluno, não vai estranhar o sentido da-gratificação das montanhas, nem o sentido da-plenitude das planícies, nem o sentido da-diversidade das rochas, nem o sentido da-resiliência das ervas e nem o sentido  da-volatilidade emocional das alterações das estações do crescimento humano que se encontram refletidas na geologia da sua forma de ser, e   vai compreender que a morfologia  do seu cérebro resulta do tipo de cultura  que fez crescer no solo do ecossistema da sua  mente inferindo, por dedução empírica individual da sua própria experiência de vida, que a realidade que cria  está dependente da forma como gere os seus pensamentos e os transforma em ações e atitudes positivas e/ou negativas no palco do teatro da realidade onde é por vezes  autor e onde tantas outras vezes é ator.   

Ao levar  o aluno a percorrer, com as suas mãos, a neuroanatomia geológica do cérebro humano, o aluno é orientado a aprender a arte natural do guardador-de-rebanhos como  a arte 17Passos para o desenvolvimento sustentável da sua positividade (I Am an Agent4Peace), da sua genialidade (I Am an Agent 4Innovation) e da sua responsabilidade (I Am an Agent 4Entrepreneurship):

"Sou um guardador de rebanhos.

O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz."[1] 

O conhecimento da fisiologia da mente humana,  é fundamental para a sustentabilidade das estratégias de gestão sociais, de gestão económicas, de gestão cientificas, de gestão ambientais e de gestão algorítmicas, devendo, por isso, constituir património de literacia da educação nacional, sendo de importância crítica a sua aprendizagem deste cedo como processo de ressonância profunda entre o desenvolvimento da unicidade  do-Ser (the being) e do-Saber (the knowing), no domínio da coerência do comportamento individual e social  do aluno com a realização  do seu propósito único no mundo.

 [1]  Fernando Pessoa, Poesia dos Outros Eus, “O Guardador de Rebanhos” , Edição Richard Zenith, Assírio & Alvim.



Colour ✏️ + 1 📄 + 🧠 ✍️ + The Keeper Of 🐑 +17Steps4PIE = Added Collaborative Value  4🌍Peace, 4🌍Innovation and 4🌍Entrepreneuship.



EM TERRA DO TURISMO QUEM TEM OLHO É REI | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

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time-reading-barometer | 1 minutes 45 seconds | 353 words

17steps@principiahumanitatis.org

amílcar.  homem de negócios vários. negócios vários nascidos de biscates(1) . biscates  vários  que para dar não podiam parar. amílcar  habituado ao trabalho incerto desde os tempos de gaiato. gaiato que ganhou calo com as apostas de rua. apostas feitas em cavalos vários. perdas várias. ganhos vários. lágrimas derramadas em lenços de bolso ultra suaves marca pingo-doce. ganhos brindados a vinho-do-porto taylor's amadurecido em cascos de carvalho francês. em terra do turismo quem tem olho é rei. amílcar que deixou crescer o bigode para parecer dom duarte primeiro. ingleses agradados com réplica em papel do tratado de windsor. papel amarelado besuntado com claras de ovos. claras de ovos frescos de galinhas criadas ao ar livre marca pingo-doce. vinho-do-porto da casa taylor's derramado em lenços de bolso ultra suaves quatro folhas marca pingo-doce.  amílcar que lambia os lenços de papel  para provar que tinham vinho-do-porto taylor's. only one euro - gritava o amílcar. ingleses que perguntavam coisas do brexit ao amílcar. coisas do brexit que o amílcar  anulava com a explicação: o tratato de windsor é a mais antiga aliança entre    inglaterra e portugal. ingleses que compravam os lenços de bolso ultra suaves quatro folhas com perfume a vinho-do-porto da casa taylor's por causa do tratado de windsor. bigode monárquico do amílcar que espetava sempre que ouvia a palavra windsor. tratado de windsor que ganhava ao brexit. mérito que amílcar  não cobrava porque o fazia por amor à pátria. lenços de bolso ultra suaves quatro folhas marca pingo-doce com perfume a vinho-do-porto da casa taylor's. vinho-do-porto amadurecido em cascos de carvalho francês. biscates curtos. vidas portuguesas sempre duras.

(1) BISCATES: Trabalhos ocasionais de pouca remuneração.

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS4 + #ODS5 + #ODS6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 + #ODS13 + #ODS14 + #ODS15 + #ODS16 + #ODS17 OBRIGADA, A TODOS OS BISCATEIROS QUE AO LONGO DA  VIDA CONSEGUEM  FAZER  OMELETES SEM OVOS. 

ODS = Objetivo de Desenvolvimento Sustentável = SDG = Sustainable Development Goals (17Steps4Sustainability).

Friday, 8 August 2025

A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DE QUEM CONSOME GOVERNANÇA-MUNDO | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
time-reading-barometer | 1 minutes 49 seconds | 364  words | republished
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a raiz do problema da insustentabilidade da governança mundo  não está no-vício-da-coisa mas  na leveza de quem a  consome . a insustentabilidade  tornou-se tristemente o estado natural da leveza do ser-mundoa-insustentabilidade deixou de ser uma epifania-do-desalento para ser considerada uma característica massificada  da moralidade-mundo. poder-se-ia  até  afirmar que com toda a informação. com toda a  tecnologia. e com todos os avanços científicos.  não haveria razão   para haver insustentabilidade. mas! em verdade também se pode afirmar que foram  as tecnologias e os avanços da ciência que promoveram a globalização da leveza insustentável do ser-mundo. a questão não está na grand-oeuvre que se realizou. mas na forma ready-made-duchampiana como a política. os media. a ciência. e a tecnologia apresentaram o resultado:  já mastigado e fácil de consumir. a atual divina comédia que distrai a cultura humana é corrompida pela dantesca  leveza da governança mundo que a prostrou. por comédia só se conhece a insustentável leveza do ser  alimentado por  interesses vários. o purgatório de dante é hoje o movimento padronizado que conduz a vontade-mundo-vulgaristrabalhar e a morrer para consumir e assim adormecer de barriga-cheia. hoje grita-se de barriga-cheia  não porque se produziu melhor humanidade mas porque se consumiu demasiada insustentabilidade. a gula conduziu  o progresso do mundo a uma obesidade mental que  impede a humanidade de pensar-por-si. a luxúria conduziu o progresso-mundo a um êxtase que se sente sempre que se consome o objeto-coisa  pelo simples prazer de ter-por-ter. ou pelo poder de ter-o-que-o-outro não tem. ou ainda pelo medo de se vir a precisar de ter-o-que-não-se-tem. nas extremidades-mundo surgiram o mundo-vulgaris-avarento  e o  mundo-vulgaris-pródigo. o primeiro agarra-se à propriedade da-coisa como se de um direito-divino seu se tratasse. o segundo desperdiça-a apelando ao mesmo direito de posse divina. a ira e a inveja manifestam-se no mundo sempre que a-insustentável leveza da governação  é contrariada. assim na terra sem dormir se sonha, crendo proferir verdade: neste caso há mais culpa e mais vergonha [1].

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17 PEDIMOS DESCULPA, ÀS NOVAS GERAÇÕES, PELA INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO  CONSUMO   GOVERNAÇA-MUNDO.

[1] in A Divina Comédia Dante.



Thursday, 7 August 2025

ONDAS DE GENIALIDADE DO MAR DA NAZARÉ EM TERRAS SECAS DE PORTUGAL | RETHINKING SUSTAINABLE GOALS

SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
time-reading-barometer | 3 minutes 37 seconds | 470 words 

mariana. catorze anos. praia da nazaré. praia onde mariana nasceu com os pés beijados pelo mar da nazaré. mar da nazaré que puxa pela vida. vida abençoada pelo sal do mar da nazaré. mar da nazaré que entregou jeitos ao cabelo da mariana. jeitos em feitio. feitio do mar da nazaré. feitio da mariana que enlouquecia a mãe. mãe que deu à luz a mariana nas águas da nazaré. águas que rebentaram em manhã de praia. manhã de praia de maré cheia. ondas de maré que trouxeram a mariana para terra  ao colo da mãe. leite de mãe temperado com o sal do mar da nazaré. mar da nazaré, quanto do teu sal são lágrimas da minha mãe? desassossego pessoano que vivia dentro da mariana. mariana filha do mar da nazaré . mariana que irritava as pessoas secas das terras de portugal. sedentários crónicos, juntando fragmentos.(1) - fausto para wagner. goethe que entendia a mariana. o génio é uma alquimia - pessoa para goethe. pérolas de genialidade. pérolas produzidas pelas ostras do mar frio da nazaré em contas de genialidade da  mariana. genialidade das ostras que transformavam a irritação da areia em jóias de grande valor. genialidade que a mariana tentava explicar às pessoas secas da terra. pessoas secas da terra que recusavam compreender o engenho do mar da nazaré. soprais uma chama sem cor nem alento (1) -  fausto para wagner. mariana que gostava de responder às pessoas  secas das terras de portugal com frases do fausto de goethe. mãe da mariana que recebia queixas da mariana vindas das pessoas secas das terras de portugal. queixas que magoavam o coração de mãe. coração de mãe que compreendia a genialidade da mariana porque o pai da mariana era o mar da nazaré. "filha de peixe sabe nadar!" - respondia a  mãe da mariana às pessoas secas das terras   de portugal. pessoas secas das terras de portugal que comiam o peixe do mar da nazaré com os pés tolhidos pela medrança da barriga cheia. pés pesados que  fugiam com medo das ondas de genialidade do mar da nazaré. ondas de genialidade  do mar da nazaré que vinham em sete. sete eram as batidas do coração da mariana. sete eram as letras do nome da mariana. mariana que em sete anos completou as sete saias da nazaré. nunca lá chegarás se não o sentires, se do fundo da alma não brotar(1) - fausto para wagner. universidade findada. ondas do mar da nazaré que chegaram alto. mariana que decidiu levar a sabedoria do mar da nazaré para terras de goethe. terras de goethe que abriram oportunidades à genialidade das ondas do mar da nazaré. mariana que no adeus entregou à mãe o colar das vinte e uma contas feitas em pérolas de conhecimento do mar da nazaré. filha do mar da nazaré que partiu para terras de goethe. ondas do mar da nazaré que choravam alto.  arte da alquimia do mar da nazaré. 

(1)   Johann W.Goethe, Fausto, Primeira Parte, Relógio d'Água.

#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17  OBRIGADA, A TODOS OS JOVENS PORTUGUESES QUE  CRIAM ONDAS DE GENIALIDADE EM TERRAS SECAS DE PORTUGAL.