SÉRIE - RETHINKING SUSTAINABLE DEVELOPMENT GOALS
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será que a minha vida é uma lata de sopa da campbell’s? – perguntava a catarina ao mesmo tempo que observava o canvas de andy warhol. a catarina tinha 16 anos e fazia muitas-coisas em modo repete-repete hábito. hábito que se repetia durante semanas. meses. e anos. sentimento repete-repete que a catarina também observava pela televisão-mundo. pelo jornal-mundo. pela rádio-mundo. pela escola-mundo. um estado da arte que causava à catarina uma espécie de sustentabilidade-do-nada que a catarina não conseguia explicar mas que era empurrada a repetir. o mesmo sentimento arrepiava a catarina sempre que pensava sobre o sentido da sua vida. e sempre que pensava sobre o sentido da realidade mundo que ora a movia ora a paralisava. sentido do mundo que a catarina tinha reduzido à equação matemática: repetir-algo até transformar esse-algo em banalidade-pop-art. como é que warhol tinha conseguido transformar latas de sopa (que tinha bebido durante anos) num movimento padronizado pop-art? - questionou a catarina dentro da sua cabeça. um ângulo de 360° em sala de aula de matemática permitiu à catarina observar o canvas-mundo que a rodeava: a sociedade tinha transformado as novas gerações em instalação artística de latas de sopa campbell's com rótulos de várias cores. rótulos que se repetiam em padrões QR de frustração. rótulos alinhados em carteiras de salas de aula dispostas como prateleiras de hipermercado-mundo. meu deus! num futuro que se faz presente eu sou a iconização da banalidade das latas de sopa campbell's de andy wharhol!!! - exclamou a catarina em voz alta. voz alta que a professora calou com lição. eu sou uma lata de sopa da campbell's produzida pela fábrica portuguesa da educação - gritou a catarina em revolução. revolução anulada com repreensão. repreensão que levou à expulsão da catarina da sala de aula. sala de aula calada em desencanto commodity que a educação entregava. catarina que ao sair da sala de aula ouviu barulho das cadeiras. cadeiras que respiravam: ver-te sorrir eu nunca te vi. e a cantar, eu nunca te ouvi. será te ti ou pensas que tens, que ser assim. olha que a vida não, não é nem deve ser, como um castigo que tu terás que viver. muda de vida se tu não vives satisfeito. muda de vida, estás sempre a tempo de mudar. muda de vida, não deves viver contrafeito. muda de vida, se a vida em ti a latejar. variações. catarina que se juntou à revolução. professora desesperada chamou o diretor. turma nos corredores a chamar todos os alunos para a revolução da educação com a canção de variações. catarina não estava em si de alegria. alegria que deu força à catarina para iniciar a grande revolução da educação em portugal. revolução que nenhum professor. nenhum director. nenhum pai. nem nenhum ministério da educação conseguiu mais parar.
#ODS1 + #ODS2 + #ODS3 + #ODS#4 + #ODS5 + #ODS 6 + #ODS7 + #ODS8 + #ODS9 + #ODS10 + #ODS11 + #ODS12 +#ODS13 + #ODS14 + #ODS15 #ODS16 + #ODS17 .OBRIGADA, À NOVAS GERAÇÕES POR RECUSAREM SER LATAS DE SOPA CAMPBELL'S DA EDUCAÇÃO E LIDERAREM A REVOLUÇÃO POR MELHOR EDUCAÇÃO EM PORTUGAL!