M.Reeves e J.Fuller falam da imaginação como um dos ingredientes mais mal compreendidos, porém crucial para o sucesso de uma organização porque é o-atributo que faz a diferença entre: mudanças incrementais, mudanças fundamentais e mudanças de alteração de paradigmas para o sucesso sobretudo, em períodos de crise.
Ou seja: as organizações de sucesso são feitas por wizards capazes de fazer magia e transformar o impossível em possível. No espectro oposto temos o conceito criado por J.K.Rolling — os muggles. Os muggles não têm a capacidade de fazer magia, ou seja, não têm a capacidade de transformar o-impossível em possível.
A diferença entre wizards e muggles pertence, portanto, ao foro do mindset, isto é, da arquitetura mental do Ser. Os wizards utilizam o atributo da imaginação para criar valor para o bem comum. Os muggles não acreditam na imaginação como instrumento de valor transformador e, normalmente, identificam-se como followers (seguidores) e subscribers (subscritores) das ideias dos outros, preferindo o modo copy-paste a criar ideias originais.
A diferença entre wizards e muggles pertence assim! ao foro do mindset, i.e. da arquitectura de mentalidade do-Ser. Os wizards utilizam o atributo da imaginação para criar valor para o bem-comum.
A imaginação é uma qualidade que sempre acompanhou a evolução das culturas humanas. Na verdade, a beleza dos artefactos arqueológicos revela a capacidade humana de transcender a utilização das-coisas para criar o belo como valor criativo diferenciador. Ainda hoje, os artefactos dos nossos antepassados são guardados e expostos com o carinho geracional de quem reconhece o valor da-imaginação-criativa como atributo de qualidade do progresso humano.
Mas, de onde surgiu a capacidade humana de imaginar? António Damásio (2017) faz referência a vários factores entre os quais o atributo da inteligência criativa, que define como:
Contudo, é na obra camoniana que Portugal encontra, no primeiro canto de Os Lusíadas, uma explicação clara do processo cognitivo da imaginação, definido em três passos de magia:
Primeiro Passo: Ir por mares nunca dantes navegados — desconstruir modelos mentais rígidos e fazer login na arquitetura mental imaginativa, para percorrer caminhos novos e diferentes.
Segundo Passo: Passar para além da Taprobana… mais do que prometia a força humana — focar a atenção no plano da hipótese mental: e se fosse possível ir além do que já se fez e viu? Ao contrário do plano mental limitativo: o que existe é o que é, logo nada mais pode existir.
Terceiro Passo: Entre gente remota, edificar novo reino — com as ideias imaginadas, transformar o conhecimento em novo conhecimento humano, colaborando com os outros para transformar a imaginação em integridade e em progresso da humanidade.
Infere-se, pois, que a questão contemporânea do desenvolvimento humano não se prende com a incerteza shakespeariana — ser ou não ser —, mas com a certeza wizard camoniana: ser imaginativo. Ser imaginativo é agir através da positividade/bondade (I Am an Agency4Peace), da genialidade (I Am an Agency4Innovation) e da responsabilidade (I Am an Agency4Entrepreneurship). É mudar paradigmas limitativos do potencial humano, contribuindo para transformar o mundo num melhor mundo.