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talvez seja irónico
a-condição-mulher encontrar os seus fundamentos primitivos
na destilação corpo-mulher-mundo. destilação que encontra a ironia do seu drama-cénico na catarse humana de maior indiferença. o que não sendo condição que
a-mulher pediu é condição que o ego-mundo a força a provar. condição que
entrega-mulher à representação mais complexa e difícil que se possa imaginar:
o-ser-corpo-mulher no mundo. o enredo por trás do drama cénico do corpo
-ser-mulher-mundo nunca prima pela poesia e culmina sempre no
êxodo-alma-mulher depois de tempos somados de
purga-mundo. tempos de purga-mundo onde o tempo-vida são
lágrimas de
mar-mulher. mais uma prova da ironia do destino? talvez. abre-se assim a oportunidade à
revolução-nome-mulher. a revolução-nome-mulher é uma
coisa que nasce no corpo-mulher. é um processo profundo através do qual
a-mulher deixa de chamar pelo nome do sofrimento que viveu. quando uma mulher deixa de chamar por algo,
esse algo deixa de existir no seu corpo-mulher. ou melhor! encontra o seu fim. com a
revolução-nome, a mulher silencia os nomes que pesaram no seu
corpo-destilação-mundo. à
revolução-nome-mulher segue-se a
revolução-gravidade. altura em que a-mulher se debate com
o peso do ego mundo sobre o seu corpo-mulher. é neste momento que
a-mulher percebe que
é-por-isso que se mata-mulher e que
é também por-isso que se desiste de ser-corpo-mulher. desistir é uma forma
de-se-ir-morrendo e
o morrer tira ao corpo-mulher esse
peso-mundo. assim numa mulher há sempre
uma-parte que é morta e há sempre uma
outra-parte que desiste. o fecho da destilação
condição corpo-mulher-mundo é normalmente selado pelo
papel-mulher em contos de fadas.
mais uma prova da ironia da destilação-ego-mundo do corpo-mulher? talvez...